Brasília teve problemas no fornecimento de energia esta semana, o que levou autoridades a pedirem providências e até cogitarem a instalação de uma CPI. Tudo começou com apagões que duraram entre três e nove horas, depois de chuvas intensas, em dez regiões do Distrito Federal nas últimas segunda (29) e terça-feira (30). Ficaram sem luz 10% da população (quase um milhão de habitantes), moradores da Asa Norte e das cidades de Planaltina, Guará, Águas Claras, Taguatinga, Núcleo Bandeirante, São Sebastião e Fercal – assim como do Lago Norte e Lago Sul.

PROVIDÊNCIAS
A empresa NeoEnergia, responsável pelo fornecimento de energia do DF desde que venceu o leilão de privatização da Companhia Energética de Brasília (CEB), em março, se desculpou. Explicou numa nota que colocou equipes extras nessas áreas e que está tomando providências adequadas. Também coloca em operação segunda-feira (6) um balcão para atendimento na Câmara Legislativa do DF. Da mesa forma, tem realizado reuniões com representantes do Executivo.

MODERNIZAÇÕES
Diretores da empresa argumentaram que por conta dos raios e ventanias, o desligamento dos circuitos se fez necessário após piques frequentes de energia para evitar danos e que o serviço foi restabelecido de forma gradativa. Eles admitiram, porém, que há muitas modernizações a serem feitas no sistema, mas ainda não foram concluídos, levando-se em conta o período recente em que assumiram a antiga CEB.

ACOMPANHAMENTO
Mas várias críticas pesam sobre a operadora. O deputado Chico Vigilante (PT) denunciou muitas demissões após a privatização e disse que isso pode ter interferido no trabalho. “Não se pode falar em modernização se não houver técnicos suficientes”, reclamou. O deputado Reginaldo Veras (PDT) alertou para a necessidade de se avaliar se os serviços prestados estão dentro dos parâmetros da Aneel. Com a luz de volta e as várias iniciativas em curso, os moradores ficaram mais tranquilos, mas ainda com um pé atrás. Afinal, este período é marcado por muitas chuvas na capital do país.