São acontecimentos históricos de valor inestimável:
A formação da Junta Revolucionária de Goiana; a marcha rumo ao Recife para derrubar o governo absolutista; a Convenção de Beberibe: a primeira eleição democrática do Brasil (200 anos hoje); a expulsão do tirano Luiz de Rego Barreto (200 anos depois de amanhã). Dois séculos, uma experiência histórica inédita nas Américas e tudo passando quase em brancas nuvens. Se não fosse a Comissão Comemorativa, presidida por Harlan Gadelha, ter providenciado atos solenes em Goiana e em Igarassu, tudo ficaria por isso mesmo. Interesse zero do Governo do Estado. Tédio da Secretaria de Educação. Omissão completa da Assembleia Legislativa, das Câmaras de Vereadores (exceto Goiana e Igarassu). Esquecimento total no Congresso Nacional. Uma tristeza ver a memória dos heróis do passado triturada nas engrenagens da incompetência. Ver a história desprezada e incompreendida.
Num dia como hoje, na Câmara de Olinda, realizou-se a primeira eleição democrática para formar um governo. O Brasil ainda não tinha sido apresentado ao conceito de democracia.
Verdade que o termo democracia estava muito mais relacionado com a Atenas de 2.500 anos atrás do que a praticada hoje. Mulheres, não votavam. Escravos não votavam. Analfabetos, idem. Só os "gentis-homens" tinham o direito ao sufrágio. Mas era um grande avanço. Pela primeira vez Pernambuco teve, no Brasil, um governante oficial eleito. Reconhecido pela Revolução Constitucionalista do Porto, que na época, na prática, governava Portugal. Não foi dádiva, foi conquista.
Desde então, com idas e vindas, as gerações que se sucederam têm lutado para ampliar e consolidar a democracia. A que temos, é perfeita? Longe disso. Mas faz parte de um aprimoramento secular das relações politico-sociais. Avançar, sempre. Retroceder? Jamais.
Essa é a grande lição sobre a qual todos os estudantes, professores e os demais pernambucanos de todas as condições deveriam estar refletindo neste dia.
Fica o alerta.
Quinta feira, tem mais.
Está em cima mas dá tempo de alguém chamar o feito à ordem.