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IMPRENSA - Artigo de Múcio Aguiar*- AIP, 90 DE RESISTÊNCIA

14/09/2021 - Múcio Aguiar

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Na data festiva dos 90 anos de fundação da Associação da Imprensa de Pernambuco, tenho o desafio de, com poucas palavras, narrar não o tempo tríbio de Gilberto Freyre, mas o tempo passado e o futuro de uma entidade de jornalistas. Não poderia deixar de lembrar nossos antepassados, que no dia 10 de setembro do ano 1931, pela primeira vez celebraram no Recife, o Dia da Imprensa. A reunião para a fundação da AIP, também conhecida como a “Casa dos Jornalistas,” ocorreria em 12 de setembro, por sugestão de Domício Rangel ou de Carlos Rios.

TRAJETÓRIA
Escavamos o passado para lembrar fatos que não só representam a história da AIP, mas também a nossa história – de Pernambuco. Exumamos aqui episódios pouco conhecidos na atualidade, mas que se faz justa lembrança por se tratar também da biografia da nossa Imprensa. O ano de 1950 é um dos mais importantes momentos para a AIP, o governador Barbosa Lima Sobrinho desapropria imóvel, na hoje Avenida Dantas Barreto para que fosse erguida a sede daquela instituição cuja missão é a defesa dos princípios democráticos.

TRINCHEIRA
Nessa perspectiva, a luta tem novo início no ano de 1961 quando nos ensaios do Golpe, com o sequestro do associado Hiram Pereira que por nove dias foi mantido em cativeiro, a AIP permaneceu em trincheira para libertá-lo. Em 1962, Miguel Arraes vai à sede da Associação para fazer seu primeiro pronunciamento público como governador eleito de Pernambuco, pois reconhecia na entidade o compromisso com a democracia. Em plena revolução de 1964, é realizada em 26 de maio uma das sessões mais agitadas, motivada pela acusação de ser a AIP, novamente, e mais seriamente, de estar “cheia de subversivos”, em razão da presença no seu quadro administrativo do diretor Paulo Cavalcanti, tido como ‘comunista’.

LIBERDADE
Contudo, a AIP manteve-se fiel aos seus princípios e seguindo em frente implantou o Fundo de Liberdade de Imprensa, para ajudar os presos políticos daquele período.
Em 2010, alvo de uma ação trabalhista, a Justiça do Trabalho rejeita o decreto estadual de impenhorabilidade e inalienabilidade do ex-governador Barbosa Lima Sobrinho e leva a sede da AIP, no edifício de mesmo nome, a leilão, sendo salvo graças ao decreto de desapropriação do governador Eduardo Campos que, compromissado com seus antecessores e com os pernambucanos, contribuiu para o fortalecimento da AIP nos dias atuais, atribuindo-lhe a missão de erguer o Memorial da Imprensa Pernambucana.

SONHOS
Um novo acordo propiciou a transferência da sede da AIP para a Boa Vista, em um imóvel térreo, permitindo estacionamento independente e fácil acesso.
De 1931 até o presente, muitas histórias foram escritas e testemunhadas, seus 90 anos lhe conferem a sabedoria de entender que o homem passa e só as instituições e seus legados permanecem. O sonho de liberdade continua vivo e no sangue corrente se renova o clamor por justiça e igualdade.

*O autor é Presidente da Associação de Imprensa de Pernambuco.


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